sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

EDITORIAL

A influência político-partidária na gestão pública de saúde.



Praticamente todos os espaços que permeiam a atual sociedade têm de algum modo, ligação com a política. Portanto, falar da prática de gestão em saúde pública sem interligar com a política é uma maneira restrita e escura de analisar a fundo o processo administrativo do gestor na saúde pública de Buriti dos Lopes.

A palavra política surge na Grécia antiga, significa a ciência do bem comum. A partir daí, podemos concluir que “a política encarrega-se de organizar a sociedade, evitando que se chegue a um caos sem ordem, tratando da convivência dos diferentes, do equilíbrio da multiplicidade”.

Trazendo esse conceito para a saúde, o gestor de saúde pública deverá ser um político – no sentido real da palavra – que tenta manter a ordenação do sistema através de ações que promovam a saúde e a integridade física/emocional do ser humano, realizando ações cujo objetivo, no sentido mais amplo, seria a garantia da vida.

O grupo político existe. E é bem verdade que quando elegemos um político, somos indiretamente responsáveis pelas escolhas de sua equipe. Pois escolhemos também o grupo, os partidos que compõe sua coligação, etc. Arranjo é coisa da política, isso é fato. Ao legislativo cabe fiscalizar as ações, inclusive dos secretários. A população cobra, inclusive podendo responder com a não reeleição do grupo político que estiver no poder. A nomeação é legítima e deveria atender as questões partidárias (já que acordos são feitos) aliada à competência.

O que ocorre, é que tais grupos procuram na medida do possível agir “politicamente” para beneficio próprio, desvirtuando o que preconiza o partido político o qual usou para alçar ao poder, contradizendo também a idéia original da palavra política. Dessa forma, os políticos-partidarios do nosso município usam da influência que possuem sobre o sistema para uma prática de coerção e controle dos gestores públicos de saúde.

Gestor da secretaria municipal de saúde, diretores de hospitais, de postos de saúde, muitas de suas ações, se não todas, ficam subordinadas aos interesses eleitoreiro-particulares do chefe do executivo em detrimento da assistência de saúde a população. Assim, a aplicação de verba na saúde, a compra de equipamentos e a contratação de profissionais, são pontos da gestão de saúde que, na grande maioria dos casos, acabam sendo geridos por alguém que tem a intenção de se perpetuar no poder, centralizando os poderes em suas mãos, usando do prestigio do cargo pra abastecer o mero “jogo político”.

E os profissionais de saúde, principalmente, por conhecerem de perto cada problema, deveriam fazer alguma coisa para mudar, o que, por comodismo, não acontece. Há quem muito foi dado, muito será cobrado!

Por Andre Luis ao Portal Boca do Povo

3 comentários:

Anônimo disse...

Parabens pelo Editorial! É exatamente isso que acontece em Buriti dos Lopes. (M.F.)

Anônimo disse...

Os profissionais de saude só são mais uma vítima
que tem mesmo é de ficar calado ,caso contrario ja se sabe o que acontece.

Anônimo disse...

Infelizmente enquanto a gestão de saude estiver a mercê de pessoas que não sabem o que é saude vai continuar este caus que Buriti esta passando.