Temos chuva, mas falta união.
Se antes era por falta de água nessa região do
Piauí e até onde se tem notícia tem caído chuva, agora não falta lá muita coisa
mais não. Agricultores dessas bandas têm trazido boas notícias de que, salvo um
contratempo aqui e ali, a situação das chuvas deu pra, como se diz entre eles,
segurar alguma coisinha no chão. As chuvas pra molhar o chão chegaram um pouco
atrasadas, mas chegaram. Dentro de mais algumas semanas essa situação já deve
ser sentida quando a dona de casa for ao mercado ou á feira livre.
E o Governo Federal tem destacado seus técnicos
mais experientes pra desenvolverem fórmulas e formas de trabalho em grupos. Tem
também orientado seus técnicos e as prefeituras, sindicatos e cooperativas
rurais a trabalharem e priorizarem a iniciativa de sociedade no campo. Daí vem
a oferta de máquinas e implementos modernos, capazes de facilitarem mais
produção, reduzirem a exposição humana em situações de risco de acidentes e darem
condições pra que esse homem do campo possa ter mais presença com sua família
em atividades de lazer e até garantir educação.
O Governo Federal quer a partir de agora e de um
modelo já implementado em outras regiões com histórico com maior produtividade
garantir que no Nordeste a agricultura dita familiar alcance patamares mais
altos com maior produtividade e consequentemente melhor qualidade de vida. Mas
ao que parece neste setor, o homem da região ainda está resistindo à forma de
trabalho em coletividade. É uma herança de costumes arraigada ainda de gerações
passadas. Este homem da região precisa entender que a cooperação no trabalho do
campo é a entrada pra uma maior produção.
E nessas minhas andanças pelo interior, aqui na
região de Buriti dos Lopes e redondezas, região conhecida pelo plantio em boa
escala de arroz de vazante, ainda há certa resistência quando se fala em
trabalho em cooperativa. Não deveria ser assim, mas acaba ocorrendo uma
desavença ou descontentamento aqui e mais ali. Se a gente for à procura da raiz
dessa falta de espírito coletivo vai ver mais adiante que sempre houve uma má
distribuição de terras pra plantio na região, muita terra em mãos de poucos
assim como poucas culturas produtivas. Mas a gente espera que a partir de agora
a coisa mude.
Por:
Antonio de Pádua para o Portal Boca do Povo
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