quinta-feira, 30 de abril de 2015

ARTIGO

Brasil longe do Nepal, mas está perto do Chile

A coisa não anda lá muito boa pras bandas do mundo não. No Chile, um vulcão de nome Cabulco e que estava dormindo há uns oitenta e poucos anos, feito aposentado cochilando na porta de casa, voltou a cuspir fogo e soltar fumaça pra tudo em quanto é lado. E olhe que o Chile é feito aquele vizinho que pouco sai de casa, ninguém sabe quase nada a seu respeito, magro, frio e, dadas as proporções, aqui bem perto da gente na América do Sul. Tanto é que a fumaça já entrou pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina e agora está passando pelo Paraná. 

E falando em Santa Catarina, um tornado andou fazendo estragos na pequena e exótica Xanxerê. Foi um tal de casas destruídas e telhados arrancados e com gente arrancando os cabelos e sem saber pra onde correr depois de perder os trens e tudo o mais. Ainda hoje, passados quase quinze dias tem gente que ainda não encontrou a parada do ônibus e muito menos a entrada de onde era a porta de casa. Não é coisa pra se mangar não.

Esse negócio de tornado não é coisa estranha pra nós não. Quem vive no sertão sabe que de vez por outra no meio do tempoum redemunho corre no terreiro de casa levantando folhas secas equando dá de sorte encontrar umas meninas de vestidos a coisa se aperreia. Porque redemoinho, essa é a palavra certa, é bicho saliente quando encontraumas mulher pelo caminho. Faz tudo em quanto pra crescer e levantar as saias ou os vestidos delas e depois sair achando graça no rumo das capoeiras. Se bem que hoje em dia é difícil mulher andar de vestido.

Agora a danada da bruxa andou fazendo das suas numa visita desagradável lá pros lados da Ásia, no Nepal, onde está o Everest, onde mora o Dalai Lama e a secular Katmandu. Me lembra de um filme dos anos 80, O Homem que Queria ser Rei, com  Michael Caine e o irlandês Sean Conery. Pois foi destruída por um terremoto de proporções nada pequenas e que até este início de semana já estavam contabilizados mais de três mil mortos. Não sobrou pedra sobre pedra. Templos e monumentos de há séculos viraram póe entulho que agora só vai servir pra prefeitura aterrar terreno baldio ou entupir buracos de ruas.

Enquanto no Chile e no Nepal a população sofre e ainda vai sofrer é muito sob o efeito dos ditos, acidentes naturais, respectivamente a erupção de um vulcão e um terremoto, portanto dois fenômenos físicos com resultados visíveis, no Brasil a situação é diferente. É uma questão de qualidade de governo e de transparência. A economia já dá sinais de paralisação e com consequências devastadoras pra milhares de trabalhadores e empresas e a máquina política do Governo faz tempo que o País caiu da escada e quebrou as pernas. E nessa queda lá do alto, estados e municípios estão de pires na mão e de cócoras, feitos mendigos ou desvalidos em porta de igreja.

Por: Antonio de Pádua para Portal Boca do Povo

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