O destino entre
os escombros e o esquecimento
Agora, passada a euforia da inauguração do Centro
Cultural João Paulo dos Reis Velloso, no antigo prédio da União Caixeiral e que
foi restaurado pela Federação do Comércio do Estado do Piauí, muita gente deve
estar se perguntando, eu inclusive, e faz tempo, qual o destino, qual o futuro
do prédio de linhas clássicas na avenida Presidente Vargase que entre outras
instituições serviu à Escola Miranda Osório e ultimamente ao curso de Direito
do campus da Universidade Estadual do Piauí em Parnaíba.
O dito cujo edifício, um dos orgulhos da
arquitetura parnaibana, inaugurado em 1926, portanto a oitenta e nove anos, no
começo da antiga Rua Grande, está dentro da área tombada pelo IPHAN, o
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que tem uma
representação em Parnaíba, mas que até hoje só conseguiu restaurar um edifício,
o conhecido Casa Grande, antiga residência dos Dias da Silva, também na mesma avenida
e que se passou lá pra dentro e colocou uma pedra na porta.
Porque ao que parece o Governo Federal não tem
interesse nenhum em patrocinar e desenvolver a cultura e seu rico patrimônio de
pedra e cal nesta parte do Nordeste a partir da restauração de seus edifícios. Porque
ao que parece o Governo Federal quer que a iniciativa privada, a exemplo do que
fez a Federação do Comércio do Estado do Piauí com a Caixeiral, assuma mais
esta. Que é pra no dia da inauguração vir todo mundo só pra fazer bonito na
hora de cortar a fita.
E desde 2008, mais precisamente dia 11 de setembro,
o centro histórico de Parnaíba é tombado pelo IPHAN. Mas por que a coisa está
tão lenta em relação aos outros edifícios, principalmente este da avenida
Presidente Vargas? Nós temos sorte de em Parnaíba não terem mais ocorrido
períodos de chuva rigorosos. Ele está em condições tão ruins, mas tão ruins,
que não tem condições de nem se poder passar na calçada. É uma infâmia deixar
aquele edifício morrer pela ação do tempo ou pelo descaso. Como é que pode
estar acontecendo uma coisa dessas aqui na Parnaíba?
Por:
Antonio de Pádua para o Portal Boca do Povo
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