Rodrigo Gulart, herói nacional.
Teve uma
época, não faz muito tempo, que o Brasil estava na cabeça da lista de países
que mais mandavam gente pra Europa, Estados Unidos e o Japão em busca de mais
oportunidades de trabalho e pra mudarem de vida. Eu mesmo tive alguns amigos em
São Paulo que juntaram as poucas economias da família e o dinheiro da rescisão
e do FGTS e mais empréstimos no Bradesco ou no Itaú e se mandaram de mala e cuia
pro estrangeiro.
E até hoje
nunca mais se teve notícias deles, se estão bem ou mal de vida, se casaram e
fizeram famílias. Muita, mas muita gente saiu do Brasil na época em que era
presidente o Fernando Collor e depois aquele outro, o Fernando Henrique
Cardoso, tangida pela necessidade ou na tentativa da sorte e fortuna no estrangeiro.
Tivemos histórias e mais histórias verídicas de brasileiros, principalmente da
cidade de Governador Valadares em Minas Gerais, sobre este lado nada fácil da
vida dessas pessoas.
Alguns
fizeram fortuna, se garantiram dentro das atividades mais pesadas, mas nos
Estados Unidos “fizeram a América”, que é como se dizia à época. Muitos e
muitos acabaram levando irmãos, primos, colegas de faculdade, namorada pra
constituírem as colônias brasileiras em países estranhos de língua e de
costumes. Ao contrário desses bravos patrícios, agora me sai daqui um camarada
de nome Rodrigo Gulart, surfista, já com seus trinta e dois anos, portanto nenhum
garoto, tão bom de criar vergonha e tenta entrar na Indonésia com mais de seis
quilos de cocaína. Foi preso por dez anos e condenado à morte.
Já é o
segundo brasileiro só neste ano de 2015, ao que se sabe pela repercussão que
tomou, a ser preso, cumprir pena de prisão e ser executado depois de ter
tentado entrar naquele país com drogas e que acabou se metendo numa baita duma
enrascada. Essa gente sem nada na cabeça que acha que no resto do mundo é feito
no Brasil, onde a justiça e a lei é coisa que só funciona no papel. É gente que
depois da merda feita fica dando trabalho lá fora e fazendo a família passar
vergonha.
Rodrigo
Gulart não foi lá pra fora defender uma causa, servir de exemplo, mostrar um
invento que seria agora ou mais tarde útil à Humanidade. Foi vender ou trocar,
negociar drogas, cocaína. Foi acrescentar com o que levava escondido em
pranchas de surfe, a miséria, a doença, a inquietação pra milhares de pessoas e
de famílias de um país miserável. E foi espalhar pelo mundo toda sorte de
infelicidade pública. E agora voltando à Parnaíba, mais dentro e mais perto de
nós, a gente observa que a coisa não anda nada boa pra estes lados quando se
fala de drogas.
Aqui na
Parnaíba o negócio, seja cocaína, crack e a diambra, que é como se chamava a
maconha antigamente, ao que parece anda vingando e de vento em popa. É coisa
que doutor nem adivinha. Porque o que tem aparecido de gente, antes sem
ocupação legal, sem herança e fortuna de família com vestígios de riqueza assim
num estalar de dedos não tem sido pouco não. E certamente que estes traficantes
miúdos dos bairros Santa Luzia, Piauí, Brodervile e João XXIII devem saber quem
são os peixes graúdos e pra quem trabalham nesta atividade terceirizada. E a
rede da lei precisa chegar o quanto antes neles. E a gente precisa ver Rodrigo
Gulart e como um traficante, um indivíduo pernicioso à sociedade, aquele que não
deve ser elevado ao patamar dos benfeitores. Porque de herói ele não tem nada.
Por: Antonio de Pádua para o Portal
Boca do Povo
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