Ministério
bloqueia seguro defeso e atinge 32 mil pescadores no Piauí
Eles recebem o
benefício durante o período em que a pesca é proibida. Federal de Pescadores
teme danos ambientais e econômicos com bloqueio.
O Ministério da Agricultura bloqueou por 120 dias
o pagamento do seguro defeso. No Piauí, a decisão do Governo Federal
surpreendeu os pescadores e deve atingir 32 mil pessoas que dependem do
benefício no período da piracema, conhecimento como a desova dos peixes.
Todo ano a pesca é suspensa por quase cinco meses,
durante o período de reprodução de algumas espécies. Aqueles cadastrados nas
cooperativas como pescador artesanal ganha um salário mínimo por cada mês
parado, chamado de seguro defeso.
Segundo o vice-presidente da Fundação Rio
Parnaíba, Carlos Máximo de Carvalho, o Governo Federal perdeu o controle de
saber quem recebe o seguro é realmente dependente da pesca. No Piauí, os 32 mil
pescadores artesanais cadastrados deveriam ganhar R$ 100 milhões este ano, no
período em que a pesca esteve proibida.
A primeira parcela do Seguro Defeso deveria ser
paga ainda esta semana, mas ninguém vai receber. "Por hora esta portaria
pediu um tempo para classificar os beneficiados e levantar quantos meses
parados, porque tinha se perdido o controle. Então eu acredito que a qualquer
momento o seguro deva voltar para os pescadores artesanais", explicou
Carlos Máximo.
A novidade preocupa a Federação dos Pescadores do
Piauí, que tem buscado uma solução junto ao Ministério da Agricultura. Para o
vice-presidente da federação, Giordane Dória Silva, os impactos ambientais e
econômicos são as consequências se a suspensão for mantida.
"Como o Piauí está meio que escasso em
relação as espécies de peixes existentes no estado, o que pode acontecer é
diminuir mais ainda. Os pescadores locais não tem muito o que pescar e com este
seguro defeso suspenso, eles voltam a trabalhar no período de desova dos
peixes. Possivelmente o impacto será muito grande. Em relação as pequenas
áreas, o benefício faz com que a economia de povoado como Bocaína e Curimatá
circule e agora sem ele teremos um problema financeiro", pontuou.
Edição:
Frank Cardoso (Portal Boca do Povo)
Fonte: G1-PI
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