O
bacalhau salgado da cozinheira Dilma.
A presidente Dilma e o companheiro Lula vão
precisar de um desses caminhões pipas da Agespisa, desses mesmos que em tempo
de seca no Nordeste saem distribuindo água nas portas das casas dessas
cidadezinhas sem as mínimas condições de sobrevivência. Cidadezinhas que logo
na entrada o que se encontra na praça é um grupo de velhos conversando fiado
vigiados por um cachorro. Os dois vão necessitar de pelo menos uns cinco caminhões
cheios até a boca pra se livrarem do sal que se entranhou na carne do bacalhau
que está na mesa do Palácio do Planalto nessa Sexta-feira da Paixão.
Cresci aprendendo com os mais velhos, minha mãe
principalmente, que a parte mais cheia de ciências, segredos e importância numa
casa, não é a sala de visitas, a varanda ou o quarto do casal, mas a cozinha. É
na cozinha onde está toda a engenharia de qualquer casa. É na cozinha onde
estão as determinações, as chefias, os horários, uma verdadeira hierarquia
funcionando, os prumos e os rumos que a casa deve tomar durante o dia até a
noite. E nesse espaço, uma verdadeira casa de máquinas, às vezes tão mal
iluminado, barulhento, quente, sem conforto há a necessidade de uma pessoa que
tenha domínio sobre tudo, naturalmente que uma boa cozinheira.
Cozinheira dessas de mão cheia. Que saiba fazer do
cozido ao assado. Do bolo de milho ao pão caseiro. Saiba qual o melhor arroz e
o melhor feijão pra irem à panela. Cozinheira que tenha pulso, autoridade,
esperteza no bom sentido, coragem e seja boa de cálculo, correta e com o
cardápio na ponta da língua sempre que a patroa lhe pedir uma opinião. Tenha
autoridade e disciplina. Da cozinha pra fora, a patroa. Da cozinha pra dentro,
ela a cozinheira. É justamente essa cozinheira que está fazendo falta na
cozinha do Palácio do Planalto há muito tempo e mais agora nessa Semana Santa.
É o que dá trazer pra cozinha do palácio gente que
nunca passou perto de um fogão e muito menos sabe fazer um arroz com pequi. Quanto
mais um bacalhau com batatas. Na hora do pega pra capar leitão, aí o caldo
engrossa e o leite corta e derrama. Foi o que aconteceu com a presidente Dilma.
Herdou uma cozinha cheia de vícios e de gente indisciplinada. Acobertou, fez
vistas grossas aos desvios e roubos de mantimentos da despensa. Não se livrou logo
daqueles criados gatunos e tantos outros subservientes, malandros e coisa e
tal. Passou a andar de mão no pescoço e a passar a mão na cabeça de muita gente
de rabo preso.
Acreditou numa experiência curta como descascadora
de batatas achando que iria se impor pelo grito. A criadagem acabou fazendo foi
a cama dela. Agora tá aí. Corre o risco de, no teste dessa Sexta-feira Santa de
2016, acabar salgando o bacalhau a ser servido no almoço do palácio. E depois
ainda ser mandada embora por justa causa, sem direito a nenhum benefício. Sem
seguro desemprego e muito menos o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.
Por:
Antonio de Pádua para o Portal Boca do Povo
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