Empresário é condenado por grilagem e danos ambientais no litoral do Piauí
Justiça Federal impôs multa de R$ 2,5 milhões e ordenou desocupação de área protegida.
A Justiça Federal em Parnaíba (PI) condenou um
empresário ao pagamento de R$ 2,5 milhões por grilagem de terras públicas e
danos ambientais em uma área de proteção localizada no litoral piauiense. A
sentença, divulgada nesta semana, atende parcialmente aos pedidos formulados em
ação civil pública pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Ministério
Público do Estado do Piauí (MPPI).
O empresário, cujo nome não foi divulgado, foi
acusado de ocupar ilegalmente uma área da União situada na Ponta do Socó, no
município de Cajueiro da Praia. O local está inserido na Área de Proteção
Ambiental (APA) Delta do Parnaíba — uma unidade de conservação federal que
abriga também um sítio arqueológico registrado pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
De acordo com os autos, o réu construiu edificações
em alvenaria, cercas, estradas, guaritas, postes, câmeras de vigilância e
promoveu desmatamento de vegetação nativa, incluindo manguezal do tipo
mangue-de-botão. Também foi aberta uma vala para escoamento de água e cercada a
Trilha das Goiabeiras, caminho tradicionalmente utilizado por moradores locais
para acesso ao mar.
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Litoral do Piauí / Imagem: Reprodução - PortalAZ |
Durante o curso da ação, a Justiça determinou, de
forma liminar, a paralisação das obras. No entanto, o empresário descumpriu a
ordem judicial, o que resultou em multas que somam R$ 2,2 milhões. A decisão
final acrescentou ainda uma indenização de R$ 300 mil por danos morais
coletivos à sociedade.
Além da multa, a sentença obriga o empresário a
desocupar a área, demolir as construções irregulares e reparar os danos
ambientais causados. A Justiça também autorizou a perda dos bens construídos,
caso se reconheça interesse público em sua manutenção.
A área grilada também integra o Monumento Natural
Estadual dos Itans, criado por legislação estadual em 2022 e posteriormente
reclassificado como parte da APA dos Itans.
A atuação conjunta do MPF e MPPI contou com o apoio
de órgãos como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio), a Superintendência do Patrimônio da União no Piauí (SPU/PI), a
Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMARH/PI) e a Polícia Federal. Além da
responsabilização civil, o caso é investigado criminalmente, com inquérito em
andamento sob supervisão do MPF.
A decisão está registrada no processo nº
1007196-89.2022.4.01.4002.
Edição: Frank Cardoso (Portal Boca do
Povo)
Fonte: MP-PI via PortalAZ
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