Polícia do Piauí prende suspeitos de falsificar documentos do Detran e aplicar quase R$ 1 bilhão em golpes
O delegado Odilo Sena informou que há 21 suspeitos de participar do esquema no Piauí, incluindo servidores do Detran de vários estados. O Detran do Piauí informou que ainda vai se pronunciar sobre o caso.
A Polícia Civil do Piauí deflagrou nesta quinta-feira
(30) a operação Hidra de Lerna, contra uma organização criminosa interestadual
suspeita de produzir documentos falsos, de veículos que não existem, para
aplicar golpes. Outras prisões e buscas são feitas em outros estados, segundo a
polícia. Ao todo, o grupo teria movimentado R$ 1 bilhão com golpes em todo
o país.
O delegado Odilo Sena informou que há 21 suspeitos
de participar do esquema no Piauí, incluindo servidores do Detran de outros
estados. O Detran do Piauí informou que ainda vai se pronunciar sobre o caso.
"O esquema tem relação direta com
alguns servidores do Detran e com um grande e complexo número de criminosos de
dentro e fora do estado do Piauí, totalizando quase uma centena de investigados
e envolvendo também praticamente Detrans de todo o Brasil com prejuízo estimado
em quase 1 bilhão de reais", informou a polícia em nota.
Polícia do Piauí prende suspeitos de falsificar documentos do Detran e aplicar quase R$ 1 bilhão em golpes — Foto: Divulgação/PCPI |
Segundo a investigação, a quadrilha conseguiu
"criar" pelo menos 37 automóveis no Piauí e centenas pelo país, que
existem apenas nos documentos. "Os veículos não existiam de fato, apenas
os números de chassi, que era subtraído de outros estados e inseridos nos
documentos falsos. Aí entravam os servidores do Detran e empresas
terceirizadas", explicou o delegado Odilo.
Com os veículos fictícios, os criminosos teriam
realizado empréstimos e consórcios, fazendo diversas vítimas, inclusive bancos
e compradores finais.
"O objetivo final era conseguir o DUAL
(Documento Único Anual de Licenciamento) e o DUT (Documento Único de
Transferência), para fazer simulação de financiamento ou consórcios, onde a
rede bancária seria a lesada", explicou.
Esquema tem relação direta com alguns servidores do Detran - Foto: Meio Norte |
Ainda segundo o delegado, o esquema gerou prejuízos
também para pessoas comuns de outros estados, que compraram os carros que
tiveram os números de chassis roubados, e não conseguiam emplacar seus veículos
porque eles já haviam sido "emplacados", como carros fictícios.
A investigação começou em fevereiro de 2021 e
segundo o delegado Odilo estaria longe de ser concluída. "A gente se ateve
a esses 37 veículos, e o prejuízo gerado seria de R$ 12 milhões. Pela forma
como a organização se organizou, a gente acredita que o Brasil inteiro está
envolvido".
Edição: Frank Cardoso (Portal Boca do Povo)
Fonte: G1-PI