Em coletiva, polícia afirma que Itallo Bruno não tem envolvimento com facção criminosa no Piauí
Influencer e familiares foram soltos na segunda-feira (22) após um acordo de delação premiada. Os envolvidos cederam bens, com o acordo, que serão revertidos a projetos sociais, segundo a polícia.
A Polícia Civil do Piauí informou nesta terça-feira
(23), durante coletiva, que o influencer Itallo Bruno e familiares não têm
envolvimento com facção criminosa, como havia sido revelado
inicialmente pela própria investigação. O empresário e familiares foram soltos na segunda-feira (22)
após um acordo de delação premiada. Eles ficaram detidos por 11
dias. A rede social de Itallo, com mais de 700 mil seguidores, que havia sido desativada após decisão
judicial, será reativada. Ainda de acordo com a polícia, Itallo poderá
voltar com as rifas, desde que elas estejam regularizadas.
Anteriormente, a própria Polícia Civil havia divulgado que o
influencer lavava dinheiro para uma facção criminosa em Teresina. O
caso chamou atenção, principalmente pelo valor milionário que Itallo conseguiu
arrecadar nos últimos cinco meses. Na semana passada, ele e outras 10 pessoas
foram indiciadas.
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O influencer Itallo Bruno e familiares foram soltos após acordo de delação premiada |
"A participação e o envolvimento, o vínculo,
tanto do investigado principal quanto da sua família, esse vínculo com facção
criminosa, nós chegamos à conclusão que não existe. O que existiu foi uma
transação pontual entre o investigado e um membro que não denota qualquer tipo
de envolvimento, vínculo ou participação. Tá certo? Mas, reitero, o jogo de
azar, a lavagem de dinheiro e a organização criminosa, o envolvimento, a
empresa que funcionava irregular, isso existia e a gente mantém isso, mas que
não será discutida em virtude dessa delação premiada, dessa colaboração
premiada. Saliente-se foi, teve a participação do Ministério Público, a
homologação do judiciário, com a sua regularidade, com a sua legalidade, com a
sua voluntariedade, certo? E, ao final, quem ganha é a sociedade, sociedade
piauiense", disse o delegado Humberto Mácola durante coletiva de
imprensa.
Itallo Bruno havia sido preso no último dia 11 de
janeiro durante a Operação Jogo Sujo,
que teve como objetivo realizar o cumprimento de 15 mandados de prisão
preventiva e busca e apreensão domiciliar, cujos investigados são acusados de
obter vantagem ilícita por meio da prática de jogos de azar e a ocultação de
patrimônio nas compras de bens diversos. Onze pessoas foram presas e a
Polícia Civil apreendeu oito carros e 13 motos de altos valores, além de porção
de maconha.
A defesa de Ítalo procurou a polícia para fazer a
delação, sendo que os critérios foram analisados com o apoio do Ministério
Público. Os envolvidos cederam bens, com o acordo, que serão revertidos a
projetos sociais, segundo a polícia.
Coletiva de imprensa sobre o caso Itallo Bruno em Teresina /
(Foto: Jade Araújo / A10+) |
"Ele abriu mão da totalidade de seus bens,
restando alguns apenas para garantir eventuais prejuízos a eventuais e supostas
vítimas, além de um bem de família. Ele reconheceu os crimes cometidos de lavar
dinheiro, a organização criminosa e o jogo de azar e deu elementos novos, abriu
um leque, um horizonte para as novas investigações. Nós não iremos pormenorizar
esse instrumento porque ele é um objeto de segredo, de justiça, mas nós
adiantamos esses aspectos. Os bens que o investigado abriu mão serão
revertidos para a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, e em primeira mão,
o nosso secretário, doutor Chico Lucas, já afirmou que grande parte desses
valores revertidos irão retornar para a sociedade por os meios de ações
sociais", explicou o delegado.
Conforme a Polícia, Ítalo Bruno poderá retornar para
as redes sociais, mas de forma regular. "Tem a devolução da rede
social e o compromisso foi estabelecido para que fosse utilizado de forma
regular, legal, sem o incentivo à prática de qualquer tipo de contravenção ao
crime [...].Nesse caso, não será um aval, será uma regularização, uma advertência,
inclusive replicando para demais pessoas que tinham o Ítalo Bruno como
referência de uma contravenção penal, de uma lavagem de organização criminosa,
que isso não se sustente, e ele retornando regularizado, ele retornando de
forma legal, pelo contrário, ele estimulará a regularização de outras
pessoas", disse o delegado.
Durante as investigações, a polícia ainda
identificou que Ítalo Bruno não praticou estelionato e que ele realmente
entregava os prêmios sorteados nas rifas através das redes sociais. No total,
cinco pessoas foram contempladas com a delação premiada, sendo Ítalo, a mãe, o
pai, a irmã e outra pessoa identificada apenas como Vinicius.
"As investigações continuam, elas avançam para
outros patamares em relação a qualquer tipo de organização criminosa ou
qualquer tipo de ente que utilize da prática tanto da contravenção penal ou do
crime para lavar dinheiro. As pessoas que agiram de boa fé, boa fé de
terceiros, elas estão sendo analisadas esse. Se for provado que agiram de
má-fé, sim, poderão ser objeto de investigação", explicou o delegado.
Edição: Frank Cardoso (Portal Boca do
Povo)
Fonte: Portal A10+
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