PF deflagra operação contra grilagem de terras no litoral do Piauí e prende 7 pessoas
A operação conta com mais de 150 policiais federais, com a participação de policiais do Comando de Operações Táticas.
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta
segunda-feira (13), operação "Terra Prometida" contra a grilagem de
terras, em Barra Grande, no município de Cajueiro da Praia, litoral do Piauí.
Até o momento, sete pessoas foram presas em virtude de mandados de prisão
temporária.
De acordo com a PF, a operação visa apurar crimes
ambientais como desmatamento, exploração ilegal de jazidas e queimadas, invasão
e loteamento de terras reconhecidamente pertencentes à União, estelionato,
organização criminosa e abertura de associações visando camuflar a atividade de
grilagem de terras da União.
CLIQUE AQUI e siga o BOCA DO POVO no INSTAGRAM
Policiais durante a operação. |
Mais de 150 policiais federais, com a participação
de policiais do Comando de Operações Táticas da PF – COT, cumprem 24 mandados
judiciais, sendo 10 de prisão temporária, 13 de busca e apreensão e um mandado
de reintegração de posse, todos expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Federal de
Teresina.
Investigação
Segundo as investigações, as invasões de terras de
propriedade da União tiveram início no ano de 2020, ainda durante o período da
pandemia da covid-19, mediante a destruição de cercas e o estabelecimento de
novos marcos territoriais sem o conhecimento da Secretaria de Patrimônio da
União (SPU) ou ainda mediante pedidos de utilização de imóvel junto a esta
instituição com documentos com indícios de falsidade.
Foi identificado ainda que terras da União foram
vendidas, inclusive em duplicidade, casas de fachada (sem ocupação efetiva)
foram levantadas e pequenas plantações foram feitas a fim de justificar a posse
antiga nas terras esbulhadas.
Dinheiro apreendido durante a operação |
Ajuizamentos de ações
Por conta desses crimes, houve o ajuizamento de
diversas ações de reintegração de posse na Comarca de Luís Correia e ainda
inúmeros registros de Boletins de Ocorrência na Polícia Civil em virtude dessas
invasões promovidas pelos investigados.
Após os diversos conflitos judiciais, foram criadas
associações de moradores com o objetivo de mascarar invasões ilícitas às terras
da União sob o argumento do exercício de atividade agrícola nas terras há
vários anos por comunidade tradicional inexistente.
Vista aéreas de terras em Barra Grande |
Participação de moradores
Também conforme a PF, moradores do município de
Cajueiro da Praia foram arregimentados a aderirem às associações e incitados ao
cometimento dos crimes mediante a promessa de obtenção de lotes de terras.
No ano de 2021, intensificaram-se os conflitos, as
invasões violentas, a prática de crimes ambientais, crimes contra patrimônio,
incêndios, porte de armas brancas de modo ostensivo e extração de minérios
objetivando a rápida ocupação às terras a fim de consolidarem o domínio na
região.
As apurações identificaram que os líderes
investigados obtiveram as maiores porções de terra e já realizaram o loteamento
clandestino com vistas à especulação imobiliária, auferindo vantagem indevida.
Os investigados poderão responder pelos crimes de
organização criminosa, invasão de terras da União, disposição de coisa alheia
como própria, extração, lavra e pesquisa de minérios, usurpação de matéria
prima da União e loteamento ilegal. As penas máximas dos crimes somadas
alcançam mais de 30 anos de reclusão.
Edição: Frank Cardoso (Portal Boca do
Povo)
Fonte: GP1 / Imagens: Divulgação - PF
Nenhum comentário:
Postar um comentário