quarta-feira, 19 de abril de 2017

INVESTIGAÇÃO - LAVA JATO

Deputado Paes Landim mantinha relação com a Odebrecht desde a década de 80
O ex-diretor de relações institucionais da apontou que o deputado chegou a ir diretamente em seu gabinete pedir doação.

Durante delação premiada da Operação Lava Jato, o ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo, apontou que o deputado federal Paes Landim (PTB-PI) já mantinha relações com a empresa desde a década de 80. O parlamentar piauiense chegou a receber da empresa o valor de R$ 180 mil em doações para financiar suas campanhas eleitorais de 2010 e 2014.

Deputado Federal Paes Landim.
“É uma pessoa que tem relações com a empresa desde a década de 80. Chegou até a conversar comigo que gostaria de publicar um livro sobre a história do doutor Norberto [fundador da Odebrecht]. Ele gostava tanto da forma como a Odebrecht trabalhava, que uma vez ele chegou a perguntar se a empresa não tinha interesse em participar do aeroporto de Parnaíba, da obra que ia ser lá, mas era uma coisa muito pequena para a participação da Odebrecht, então eu agradeci ao deputado, e disse que a gente não ia nem olhar”, relatou Cláudio.

Questionado sobre o local onde ocorreu o pedido de doação, Cláudio Melo informou que o próprio deputado teria solicitado o dinheiro na empresa. “Eu acho que ele foi ao meu escritório, certamente no primeiro semestre de 2010, porque a gente sempre é procurado no período que precede as eleições”, repassou em delação.


Confira trecho do depoimento:


Investigação

No último dia 11 de abril, o ministro do Supremo Tribunal Federal e relator da Lava Jato, Edson Fachin, determinou a devolução do processo contra o deputado para Procuradoria Geral da República, considerando o prazo de prescrição dos crimes supostamente praticados e idade do parlamentar, que já possui 80 anos.

José Francisco Paes Landim, atualmente filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro, está em seu oitavo mandato como deputado federal pelo Piauí, sendo eleito pela primeira vez no ano de 1986.

Edição: Frank Cardoso (Portal Boca do Povo)
Fonte: Viagora

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