Justiça determina soltura de mulher após laudo apontar ausência de veneno em cajus
Decisão é da juíza Maria do Perpétuo Socorro Ivani Vasconcelos, da 1ª Vara Criminal de Parnaíba.
A juíza Maria do Perpétuo Socorro Ivani Vasconcelos,
da 1ª Vara Criminal de Parnaíba, determinou na manhã desta segunda-feira (13) a
liberação de Lucélia Maria da Conceição, 52 anos. Ela estava presa sob suspeita
de envenenar os irmãos Ulisses Gabriel da Silva, 8 anos, e João Miguel da
Silva, 7 anos.
A decisão foi tomada após o Ministério Público
solicitar a soltura, com base no laudo pericial que descartou a presença de
veneno nos cajus entregues por Lucélia aos meninos.
O exame demorou cinco meses para ser concluído,
enquanto o laudo inicial, que analisou os corpos das crianças, havia detectado
terbufós, um veneno agrícola. Lucélia estava detida na Penitenciária Feminina
de Teresina desde 23 de agosto de 2024.
Laudo apontar ausência de veneno nos cajus
Um novo laudo obtido pelo Fantástico,
da TV Globo, trouxe uma reviravolta no caso dos irmãos
Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, e João Miguel Silva, de 7 anos, que
morreram em Parnaíba, no Piauí, em agosto de 2023.
O documento, divulgado na última quinta-feira (09),
revelou que os cajus ingeridos pelos meninos antes da morte não continham
vestígios de terbufós, conhecido como "chumbinho", substância que,
segundo a polícia, teria sido usada no crime.
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Ulisses Gabriel, de 8 anos, João Miguel, de anos e Lucélia Maria. (Foto: Reprodução) |
A divulgação do laudo coincidiu com a prisão de
Francisco de Assis da Costa, padrasto da mãe das crianças, como principal
suspeito de um novo caso de envenenamento ocorrido em 1º de janeiro. Neste novo
crime, quatro pessoas morreram após ingerirem baião de dois contaminado com o
mesmo veneno.
As investigações agora apontam Francisco como
suspeito também das mortes anteriores. Segundo o promotor responsável, o caso
apresenta novos elementos que indicam que as crianças podem ter consumido outro
alimento envenenado, não os cajus.
Lucélia, que sempre negou envolvimento no crime e
teve a casa incendiada após a acusação, pode ter sua prisão revogada. "Foi
uma denúncia precipitada e sem as devidas provas", declarou o advogado de
defesa da mulher.
Francisca Maria, mãe dos meninos mortos, também é
uma das vítimas do novo crime.
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Francisco de Assis, está sendo acusado de envenenar a família em Parnaíba. |
Em depoimentos, Francisco demonstrou sentimentos de
rancor e preconceito em relação à enteada e seus filhos. "Era como se eu
tivesse tentando civilizar uma gente... uma civilização de índio", disse
ele em uma das declarações à polícia.
As autoridades apuram se Francisco, durante a
madrugada do réveillon, contaminou o arroz com terbufós e insistiu para que o
alimento fosse servido no almoço. Apesar das evidências, Francisco nega
participação nas mortes. Seu advogado afirma que ele é inocente e alega falta
de provas concretas contra ele.
A reabertura do caso e as novas descobertas reforçam
a complexidade das investigações e destacam a necessidade de cautela na
condução judicial de crimes dessa natureza.
Edição: Frank Cardoso (Portal Boca do
Povo)
Fonte: Lupa1
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