Rafael Fonteles quer tirar a PF da investigação de corrupção na saúde e entregar à “sua polícia”
Para críticos, discutir quem investiga não pode se sobrepor ao essencial: descobrir quem roubou a saúde, como funcionava o esquema e quanto dinheiro público foi desviado.
PIAUÍ -
O governador Rafael Fonteles (PT) entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) numa
tentativa clara de afastar a Polícia Federal, a CGU e o TCU das investigações
que apuram um esquema de corrupção na saúde do Piauí, desbaratado pelas
operações federais OMNI e Difusão. A estratégia do governo é sustentar que os
recursos investigados seriam “estadualizados” após o repasse do SUS e, assim,
não estariam mais sob responsabilidade federal.
Na prática, o que Rafael busca é tirar o caso da
alçada da Polícia Federal e colocá-lo sob investigação da sua “própria polícia”
e dos órgãos de controle estaduais, como o TCE. Em outras palavras: se houve
irregularidade, que seja apurada “em casa”.
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O movimento ganha ainda mais peso político porque
uma das operações levou à prisão do médico e empresário Bruno Santos, ligado à
empresa Big Data Health, apontado pela Polícia Federal como um dos nomes
centrais do esquema de fraudes e desvios milionários em contratos da saúde
pública. Bruno Santos é tratado nos bastidores como pessoa próxima ao
governador, o que amplia o constrangimento político do caso.
Mesmo diante desses fatos, o governo prefere travar
uma disputa jurídica sobre competência em vez de permitir que as investigações
federais avancem até o fim. Ao tentar “estadualizar” os recursos, o Palácio de
Karnak também tenta estadualizar a apuração, reduzindo o alcance e a
independência das investigações. Para críticos, discutir quem investiga não
pode se sobrepor ao essencial: descobrir quem roubou a saúde, como funcionava o
esquema e quanto dinheiro público foi desviado.
Fonte: Silas Freire (Encarando)
Edição: REDAÇÃO (Portal Boca do Povo)

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