Brasil longe do Nepal, mas está
perto do Chile
A coisa não anda lá muito boa pras bandas do mundo
não. No Chile, um vulcão de nome Cabulco e que estava dormindo há uns oitenta e
poucos anos, feito aposentado cochilando na porta de casa, voltou a cuspir fogo
e soltar fumaça pra tudo em quanto é lado. E olhe que o Chile é feito aquele
vizinho que pouco sai de casa, ninguém sabe quase nada a seu respeito, magro,
frio e, dadas as proporções, aqui bem perto da gente na América do Sul. Tanto é
que a fumaça já entrou pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina e agora está
passando pelo Paraná.
E falando em Santa Catarina, um tornado andou fazendo estragos na pequena e exótica Xanxerê. Foi um tal de casas destruídas e telhados arrancados e com gente arrancando os cabelos e sem saber pra onde correr depois de perder os trens e tudo o mais. Ainda hoje, passados quase quinze dias tem gente que ainda não encontrou a parada do ônibus e muito menos a entrada de onde era a porta de casa. Não é coisa pra se mangar não.
Esse negócio de tornado não é coisa estranha pra
nós não. Quem vive no sertão sabe que de vez por outra no meio do tempoum
redemunho corre no terreiro de casa levantando folhas secas equando dá de sorte
encontrar umas meninas de vestidos a coisa se aperreia. Porque redemoinho, essa
é a palavra certa, é bicho saliente quando encontraumas mulher pelo caminho. Faz
tudo em quanto pra crescer e levantar as saias ou os vestidos delas e depois
sair achando graça no rumo das capoeiras. Se bem que hoje em dia é difícil
mulher andar de vestido.
Agora a danada da bruxa andou fazendo das suas
numa visita desagradável lá pros lados da Ásia, no Nepal, onde está o Everest,
onde mora o Dalai Lama e a secular Katmandu. Me lembra de um filme dos anos 80,
O Homem que Queria ser Rei, com Michael Caine e o irlandês Sean Conery. Pois
foi destruída por um terremoto de proporções nada pequenas e que até este
início de semana já estavam contabilizados mais de três mil mortos. Não sobrou
pedra sobre pedra. Templos e monumentos de há séculos viraram póe entulho que
agora só vai servir pra prefeitura aterrar terreno baldio ou entupir buracos de
ruas.
Enquanto no Chile e no Nepal a população sofre e
ainda vai sofrer é muito sob o efeito dos ditos, acidentes naturais,
respectivamente a erupção de um vulcão e um terremoto, portanto dois fenômenos
físicos com resultados visíveis, no Brasil a situação é diferente. É uma
questão de qualidade de governo e de transparência. A economia já dá sinais de
paralisação e com consequências devastadoras pra milhares de trabalhadores e
empresas e a máquina política do Governo faz tempo que o País caiu da escada e
quebrou as pernas. E nessa queda lá do alto, estados e municípios estão de
pires na mão e de cócoras, feitos mendigos ou desvalidos em porta de igreja.
Por: Antonio de Pádua para Portal Boca
do Povo
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