Bolsonaro é o único ex-presidente preso sem acusação de corrupção ou lavagem de dinheiro
Os demais foram presos em decorrência de investigações relacionadas a crimes dessa natureza.
A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro,
determinada nesta segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, do
Supremo Tribunal Federal (STF), destaca um ponto notável na história política
recente do Brasil: Bolsonaro é o único ex-presidente a ser preso sem acusações
de corrupção ou lavagem de dinheiro. A decisão do STF ocorreu após Bolsonaro
descumprir medidas cautelares no processo que investiga a tentativa de golpe de
Estado em 2022.
Essa situação contrasta com as prisões de outros
três ex-presidentes brasileiros: Luiz Inácio Lula da Silva, Michel Temer e
Fernando Collor de Mello. Todos eles foram presos em decorrência de
investigações relacionadas a crimes dessa natureza.
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Ex-presidentes Michel Temer, Lula, Collor e Bolsonaro. / Imagens: Reprodução internet |
Comparativo das Prisões
Lula da Silva: O ex-presidente petista foi preso em 2018, após ser condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato. A condenação foi relacionada ao recebimento de um triplex no Guarujá (SP) como propina. Lula cumpriu 580 dias de prisão e foi solto em 2019, após o STF mudar seu entendimento sobre a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. Posteriormente, as condenações foram anuladas por questões processuais.
Michel Temer: Em 2019, Temer foi preso preventivamente no âmbito da Operação Lava Jato, sob suspeita de chefiar uma organização criminosa que cobrava propinas de empresas para a construção da usina nuclear Angra 3. Ele ficou detido por poucos dias e foi solto por decisão judicial, que considerou a prisão excessiva.
Fernando Collor de Mello: O ex-presidente, que renunciou ao cargo em 1992, foi condenado pelo STF em maio de 2023 a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. As acusações se referem à participação de Collor em um esquema de desvio de dinheiro na BR Distribuidora entre 2010 e 2014, quando era senador. Atualmente, Collor cumpre pena em prisão domiciliar.
O caso Bolsonaro
Jair Bolsonaro é investigado por crimes de natureza
política e institucional, como a suposta tentativa de subverter a ordem
democrática após as eleições de 2022. A prisão domiciliar foi decretada por
descumprimento de medidas cautelares, como a proibição de contato com outros
investigados e de uso das redes sociais.
A decisão de Alexandre de Moraes sublinha que,
embora todos os ex-presidentes mencionados tenham enfrentado a privação de
liberdade, o caso de Bolsonaro se distingue por não estar diretamente ligado a
crimes de peculato ou enriquecimento ilícito. As acusações contra ele se
concentram na esfera de crimes contra o Estado Democrático de Direito, o que
estabelece um precedente único na história das prisões de ex-presidentes
brasileiros.
Por: Frank Cardoso (Portal Boca do Povo)
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