Promotor pede anulação de acordo do Ministério Público com prefeito Apolinário Moraes acusado de agredir e ameaçar adolescente
Em seu relato, o jovem afirmou que foi abordado pelo prefeito, que empunhava uma arma de fogo, e que ficou o tempo inteiro apontada para a cabeça da vítima.
O promotor Adriano Fontenele Santos, da Promotoria
de Justiça de Buriti dos Lopes, entrou com pedido para anular o acordo proposto
pelo Ministério Público (MP-PI) ao prefeito de Bom Princípio do Piauí,
Apolinário Costa Moraes (PSB), em processo que ele é acusado de agredir e
ameaçar com arma de fogo um adolescente de 13 anos. Em manifestação datada de
21 de julho, o representante ministerial também requereu o cancelamento da
audiência preliminar com o gestor, marcada para 14 de novembro.
A transação penal dispõe de termos que devem ser
cumpridos pelo indivíduo, resultando na extinção de sua punibilidade, ou seja,
evita um processo criminal. Conforme apresentado pelo promotor, esse acordo foi
ofertado de maneira indevida ao gestor, visto a vedação trazia pela Lei Henry
do Borel que alterou o art. 226, § 1º do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Essa alteração prevê que a oferta da transação penal
não se aplica “aos crimes cometidos contra crianças e adolescentes, ainda que
em situação de violência doméstica e familiar”.
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| Prefeito Apolinário Moraes / Foto: Divulgação |
Agressão
O fato ocorreu na madrugada do dia 20 de fevereiro
de 2023. No boletim de ocorrência registrado junto à Polícia Civil do Piauí, o
adolescente afirmou que foi convidado pela filha de Apolinário Moraes para ir à
casa dele. Ao se deparar com a vítima dentro da residência, o prefeito iniciou
a suposta agressão e ameaça contra o adolescente.
Em seu relato, o jovem afirmou que foi abordado pelo
prefeito, que empunhava uma arma de fogo, e que ficou o tempo inteiro apontada
para a cabeça da vítima. Nesse momento, Apolinário Moraes “mandou o declarante
se ajoelhar, e deu um soco no rosto da vítima, proferindo xingamentos. Que
ordenou que o declarante fosse engatinhando até a porta da cozinha, apontada a
arma para sua cabeça, momento em que a vítima machucou a mão direita. Que após
isso, mandou a vítima ficar de joelhos e levantar a camisa, para verificar se
estava armado”.
Durante esse tempo, o prefeito também agrediu o
adolescente verbalmente, se referindo a ele como “maconheiro”, “vagabundo” e
“viado”. O jovem ainda se identificou como primo de Lucas Moraes, ex-prefeito
do município e adversário político de Apolinário Moraes. Com a revelação, o
gestor ficou ainda mais exaltado. “Que o declarante ficou de joelhos o tempo
todo e com as mãos na cabeça, chegando a escorregar o braço direito, momento em
que o acusado afirmou que se o declarante se mexesse, iria estourar a cabeça da
vítima e que não iria dar nada pois o suposto autor é policial”, diz trecho da
declaração do adolescente.
A mãe e um primo da vítima foram à residência do
prefeito, e o chegarem lá, foram recebidos por Apolinário Moraes com a arma
apontada para ambos. O jovem só deixou a residência após a chegada da Polícia
Militar.
O que diz o prefeito
Contrariando a declaração da vítima, Apolinário
Moraes prestou depoimento em que negou ter rendido e ameaçado o adolescente de
morte. Ele afirmou que ao abrir a porta da despensa e se deparar com o jovem,
lhe fez perguntas para saber quem era ele e fez uma busca pessoal, por questão
de segurança. Depois disso, que o adolescente permaneceu sentado em um banco de
madeira até a chegada da mãe do prefeito.
Outro lado
Procurada pela reportagem, a assessoria jurídica do
prefeito Apolinário Moraes afirmou que houve um erro do próprio Ministério
Público, pois "não caberia transação penal tendo em vista ter menor
envolvido".
Edição: REDAÇÃO (Portal Boca do Povo)
Fonte: GP1
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