segunda-feira, 2 de julho de 2018

DENÚNCIA

MPF diz que senador Ciro Nogueira mantinha "estratégia de criminoso"
O relatório da PF, base para a denúncia da PGR, demonstra as pretensões do senador e de Márcio Junqueira para comprar o silêncio de Expedito Almeida.

A Polícia Federal realizou buscas e apreensões em endereços ligados ao senador Ciro Nogueira (Progressistas) no mês de abril deste ano. O parlamentar, junto com o ex-deputado Márcio Junqueira, foram denunciados pelo Ministério Público Federal ao Supremo Tribunal Federal acusados de obstrução de Justiça. 

Na denúncia, analisando os telefones apreendidos, o MPF relata a conclusão da Polícia Federal de que Márcio e Ciro “mantinham estratégia comum de criminosos”. Segundo a PF, os denunciados apagavam conversas, registros de chamadas e utilizavam diferentes números de celular.

Senador Ciro Nogueira.

As buscas em endereços de Ciro Nogueira levaram, ainda, às apreensões de mais de 200 munições de calibre restrito, inclusive de origem estrangeira, e mais de R$ 200 mil. Também foram apreendidos documentos que sugerem crime de peculato na apropriação de salário de assessor parlamentar indicado pela deputada federal Iracema Portella, esposa de Ciro, fato a ser melhor investigado em inquérito já requerido.

“O resultado destas buscas foi a obtenção de mais elementos de ligação entre Ciro Nogueira e a testemunha-chave, José Expedito, além do descortinamento de outros crimes praticados pelo senador”, relata a procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Expedito é o ex-assessor que os parlamentares teriam tentado comprar o silêncio, fato que deu base à denúncia do MPF.

O Senador Ciro Nogueira e Márcio Junqueira, ouvidos pela Polícia Federal, teriam incorridos em contradição inequívoca com a prova decorrente da análise dos telefones. Segundo o MPF, Márcio Junqueira categoricamente afirmou que Ciro Nogueira nunca fez perguntas ao declarante sobre José Expedito.

“Ciro Nogueira ousou dizer que não conhecia qualquer relação entre José Expedito e Márcio Junqueira. Nesse depoimento, Ciro declarou que exonerou Expedito do cargo em comissão em seu gabinete em março de 2010 porque não tinha postura adequada, e que, após a exoneração de José Expedito em 2010, não manteve com ele qualquer relação funcional ou profissional”, escreveu Raquel Dodge.

A representante do Ministério Público Federal requereu a perda dos valores em dinheiro apreendidos na investigação, tanto os repassados a José Expedito, quanto as cédulas apreendidas nos endereços do senador piauiense.

Confira a denúncia do MPF na íntegra.

Edição: Frank Cardoso (Portal Boca do Povo)
Fonte: Viagora

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