terça-feira, 4 de junho de 2019

VIOLÊNCIA

Árbitra de futsal é agredida com tapa e socos por jogador após expulsá-lo no litoral do PI
Caso de violência à profissional é registrado durante campeonato na UFDPar, em Parnaíba. Eliete Fontenele registra boletim de ocorrência: "Estava trabalhando, ganhando o meu pão de cada dia. Quero respeito".

A árbitra de futsal Eliete Maria Fontenele, de 42 anos, foi brutalmente agredida durante partida de futsal em um campeonato realizado na Universidade Federal do Delta do Parnaíba, litoral do estado, na noite de segunda-feira (03). A árbitra recebeu socos no rosto após ter expulsado o atleta identificado como Rodrigo, que vestia a camisa 14 na partida. Após as agressões, Eliete caiu no chão da quadra. Ela registrou um boletim de ocorrência e foi encaminhada à Central de Flagrantes, onde requisitou um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). 


No complexo da Polícia Civil de Parnaíba, Eliete relatou a situação. O atleta teria explodido quando a árbitra puxou o cartão vermelho. Antes dos socos, o jogador já tinha segurado a mão de Eliete para impedir a expulsão. A agressão à juíza aconteceu logo após uma briga generalizada entre os jogadores.

- Estava na partida, era a segunda árbitra. No momento em que houve um atrito, uma entrada dura, entre o jogador do time dele com um adversário, o jogador chegou dando uma voadora no atleta, teve um conflito, um tumulto, porrada para cima de porrada. Quando a situação acalmou, lógico que fiz o meu papel como árbitra. Fui ao banco de reservas de um time, dei o vermelho, normal. No momento da expulsão, o Rodrigo bateu na minha mão e dei o vermelho porque se não iria perder a autoridade. No primeiro (soco), desviou. Ele deu o segundo o terceiro, foram fortes, cai no chão e só me vi sangrando – relatou Eliete.


O atleta fugiu da quadra logo após praticar as agressões. A Polícia Militar realizou buscas, mas não conseguiu encontrá-lo.

O árbitro José Barreto Neto, que estava no jogo, testemunhou a agressão.

- Foi surreal a agressão contra Eliete, o rapaz totalmente descontrolado, desequilibrado mentalmente. Foi muito triste o que aconteceu, estava fazendo o procedimento dela de expulsar os infratores. Ele chegou a agredir com um tapa, ao ser expulso agrediu com três socos, um ato muito covarde, é lamentável o que vimos – narrou.


Em nota, a direção do campus Ministro Reis Velloso repudiou o ato de violência dentro da universidade e informou que “serão aplicadas as normas regimentais e contribuirá com os órgãos de segurança e os procedimentos legais”. Ainda no documento, a UFDPar explicou que os processos de sindicâncias oficiais serão iniciados imediatamente, além disso será nomeada uma comissão para apuração administrativa e que será dada transparência em todo o caso.


Com duas décadas de atuação como árbitra, Eliete cobrou por justiça e disse que a denúncia foi necessária para não conviver com o medo.

- Não vou abrir mão de justiça. Estava trabalhando, ganhando o meu pão de cada dia. Quando a gente for agredida, nunca podemos deixar de vir denunciar. Você fica com a alma limpa porque eu ia ficar com medo de andar (se não tivesse feito a denúncia da agressão na delegacia). Quero respeito e segurança - cobrou a árbitra.



Edição: Frank Cardoso (Portal Boca do Povo)
Fonte: Kairo Amaral e Josiel Martins  (globoesporte.com)

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