Árbitra
de futsal é agredida com tapa e socos por jogador após expulsá-lo no litoral do PI
Caso de
violência à profissional é registrado durante campeonato na UFDPar, em
Parnaíba. Eliete Fontenele registra boletim de ocorrência:
"Estava trabalhando, ganhando o meu pão de cada dia. Quero respeito".
A árbitra de futsal Eliete Maria
Fontenele, de 42 anos, foi brutalmente agredida durante partida de futsal em um
campeonato realizado na Universidade Federal do Delta do Parnaíba, litoral do
estado, na noite de segunda-feira (03). A árbitra recebeu socos no rosto após
ter expulsado o atleta identificado como Rodrigo, que vestia a camisa 14 na
partida. Após as agressões, Eliete caiu no chão da quadra. Ela registrou um
boletim de ocorrência e foi encaminhada à Central de Flagrantes, onde
requisitou um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
No complexo da Polícia Civil de Parnaíba, Eliete relatou a situação. O atleta teria explodido quando a árbitra puxou o cartão vermelho. Antes dos socos, o jogador já tinha segurado a mão de Eliete para impedir a expulsão. A agressão à juíza aconteceu logo após uma briga generalizada entre os jogadores.
- Estava na partida, era a segunda árbitra. No
momento em que houve um atrito, uma entrada dura, entre o jogador do time dele
com um adversário, o jogador chegou dando uma voadora no atleta, teve um
conflito, um tumulto, porrada para cima de porrada. Quando a situação acalmou,
lógico que fiz o meu papel como árbitra. Fui ao banco de reservas de um time,
dei o vermelho, normal. No momento da expulsão, o Rodrigo bateu na minha mão e
dei o vermelho porque se não iria perder a autoridade. No primeiro (soco),
desviou. Ele deu o segundo o terceiro, foram fortes, cai no chão e só me vi sangrando
– relatou Eliete.
O atleta fugiu da quadra logo após praticar as agressões. A Polícia Militar realizou buscas, mas não conseguiu encontrá-lo.
O árbitro José Barreto Neto, que estava no jogo,
testemunhou a agressão.
- Foi surreal a agressão contra Eliete, o rapaz
totalmente descontrolado, desequilibrado mentalmente. Foi muito triste o que
aconteceu, estava fazendo o procedimento dela de expulsar os infratores. Ele
chegou a agredir com um tapa, ao ser expulso agrediu com três socos, um ato
muito covarde, é lamentável o que vimos – narrou.
Em nota, a direção do campus Ministro Reis Velloso repudiou o ato de violência dentro da universidade e informou que “serão aplicadas as normas regimentais e contribuirá com os órgãos de segurança e os procedimentos legais”. Ainda no documento, a UFDPar explicou que os processos de sindicâncias oficiais serão iniciados imediatamente, além disso será nomeada uma comissão para apuração administrativa e que será dada transparência em todo o caso.
Com duas décadas de atuação como árbitra, Eliete cobrou por justiça e disse que a denúncia foi necessária para não conviver com o medo.
- Não vou abrir mão de
justiça. Estava trabalhando, ganhando o meu pão de cada dia. Quando a gente for
agredida, nunca podemos deixar de vir denunciar. Você fica com a alma limpa
porque eu ia ficar com medo de andar (se não tivesse feito a denúncia da
agressão na delegacia). Quero respeito e segurança - cobrou a árbitra.
Edição: Frank Cardoso (Portal Boca do Povo)
Fonte:
Kairo Amaral e Josiel Martins
(globoesporte.com)
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