quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

PRESÍDIOS

Em cadeia superlotada no Maranhão presos comem arroz e galinha crua
Ao passar pelos corredores, a sensação é a de uma bomba prestes a explodir.

"Quem dorme no chão está na praia". A "praia" descrita por Pedro (os nomes são fictícios), 33, porém, está bem longe do mar. Mar ali, apenas de gente. Muita gente.

Visitamos em São Luís um dos presídios superlotados no Maranhão. São cerca de 200 homens, o dobro de sua capacidade. Não integra o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, mas tem problemas similares aos do maior conjunto de presídios do Estado, cenário de 62 mortes desde 2013.

Lá, ouviu presos, funcionários e registrou o aperto das celas. Em comum, detentos reclamam muito da realidade atual daquela cadeia, mas alguns temem a ideia de um dia voltar para Pedrinhas.

Ao passar pelos corredores, a sensação é a de uma bomba prestes a explodir. Aos gritos, Pedro e os colegas de cela chamam a reportagem para mostrar o espaço onde vivem: 13 homens dividem uma área onde, inicialmente, só caberiam quatro.

Em seguida, demonstram o malabarismo necessário para dormir. Deitam-se rentes aos outros no chão, sem nenhum forro. Dois ainda dormem embaixo da base de concreto que serve de cama.


As camas de fato, com colchões em cima do concreto, são divididas por dois presos em cada uma delas.

Depois da superlotação, a comida é, de longe, a principal queixa dos presos. Só há arroz e galinha. Pior: crua.

Daniel aponta para o chão e mostra uma chapa que funciona como uma espécie de fogão. "A gente precisa terminar de cozinhar pra conseguir comer", disse.

É comum jogarem parte da refeição no lixo, como flagrou a reportagem. Isopor e caixas de papelão na entrada das celas fazem o papel de lixeira e ajudam a contaminar o ar.

O mau cheiro local vem de uma mistura de fezes, urina e comida estragada. O calor forte só acentua a náusea.


Edição: Frank Cardoso (Portal Boca do Povo) / Fonte: Folha Online

2 comentários:

Manoel Messias Brasilia df disse...

queriam o que? hotel 5 estrelas,piscina sauna? suite presidencial? quando poe uma arma na cintura e vao cometer delitos,nao reflitem nas consequencias,sao valentoes,bravos e muito deles covardes e sangue frio. quantos nao mataram simplesmente pelo prazer de ceifar uma vida? quantos nao estupram crianças,senhoras? a lei do retorno existe,aqui se faz,aqui se paga. a mao de Deus eh pesada e sua justiça eh reta.

JOSE SOUSA disse...

Manoel certo que eles tem que pagar pelo o que cometeu mais não dessa forma isso é desumano, como ressocializar uma detento netas condições pois quem está naquele inferno tem duas alternativas matar ou morrer, o certo seria privatizar nossos presídios fazendo que com eles produzam e não gere gasto aos cofres públicos.