Céu fica vermelho em Buriti dos Lopes com chegada de cinzas vulcânicas; entenda fenômeno e veja fotos
O fenômeno foi registrado nas primeiras horas do dia, entre as 4h30 e as 5h30.
Moradores de Buriti dos Lopes e outras cidades do
estado do Piauí foram surpreendidos, na manhã de quarta-feira (09) e nesta
quinta (10), com um céu em tons vermelho e rosa. O fenômeno foi registrado nas
primeiras horas do dia, entre as 4h30 e as 5h30.
De acordo com o climatologista Werton Costa, a
coloração foi provocada pela chegada ao estado de cinzas provenientes da erupção do vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha'apai,
localizado no Pacífico Sul, no dia 15 de janeiro.
“As forças interiores da
Terra que proporcionam a erupção do material piroclástico [resultante de
erupção vulcânica], seja ele a lava, o gás ou a cinza, são imprevisíveis.
Assim, o processo eruptivo lançou uma grande quantidade de partículas finas de
cinzas, que foram literalmente transportadas pelo circulação atmosférica, pela
corrente de ar, viajando pelo mundo”, informou o climatologista.
Centro da cidade de Buriti dos Lopes (Imagem: Del Moraes) |
Diante disso, a luz solar atravessa as partículas
de cinza vulcânica e sofre um "espalhamento", que é capaz de absorver
outras cores e refletir o vermelho.
Inicialmente, as cinzas atingiram o Sul e o
Sudeste do Brasil e depositaram-se em uma parte alta da atmosfera, chamada de
"limite da troposfera". O fenômeno acontece de forma aleatória e
não tem periodicidade ou mecanismos de previsão.
“De forma muito natural,
o nosso céu muda de textura, o padrão azul é o hegemônico, na maior parte do
dia. Porém, muda quando o Sol está nascendo ou se pondo. Quanto mais próximos
os raios solares estiverem da linha do horizonte, ou seja, mais inclinados, você
tem uma mudança do azul para o amarelo, do amarelo para o laranja e do laranja
para o vermelho”, destacou.
Centro da cidade de Buriti dos Lopes (Imagem: Del Moraes) |
Segundo Werton Costa, condições especiais como
o tempo seco e a existência de gases ou poluição em uma localidade, podem
potencializar as cores do céu.
“As queimadas deixam o pôr do sol muito
alaranjado, e cinzas vulcânicas deixam o nascer do sol avermelhado. É um
fenômeno com prazo de validade. Primeiro porque a circulação atmosférica trata
de dispersar as partículas, segundo porque as chuvas diluem as partículas,
tiram o material do ar”, afirmou.
"Possivelmente o fenômeno aconteceu em todos
os municípios do estado, mas foram poucos registros. O horário também
dificulta, é muito curto", completou Werton Costa.
Edição:
Frank Cardoso (Portal Boca do Povo)
Com informações do G1-PI / Imagens: Del Moraes
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