quinta-feira, 30 de junho de 2022

MÁFIA

Polícia do Piauí prende suspeitos de falsificar documentos do Detran e aplicar quase R$ 1 bilhão em golpes

O delegado Odilo Sena informou que há 21 suspeitos de participar do esquema no Piauí, incluindo servidores do Detran de vários estados. O Detran do Piauí informou que ainda vai se pronunciar sobre o caso. 

A Polícia Civil do Piauí deflagrou nesta quinta-feira (30) a operação Hidra de Lerna, contra uma organização criminosa interestadual suspeita de produzir documentos falsos, de veículos que não existem, para aplicar golpes. Outras prisões e buscas são feitas em outros estados, segundo a polícia. Ao todo, o grupo teria movimentado R$ 1 bilhão com golpes em todo o país.

O delegado Odilo Sena informou que há 21 suspeitos de participar do esquema no Piauí, incluindo servidores do Detran de outros estados. O Detran do Piauí informou que ainda vai se pronunciar sobre o caso.

"O esquema tem relação direta com alguns servidores do Detran e com um grande e complexo número de criminosos de dentro e fora do estado do Piauí, totalizando quase uma centena de investigados e envolvendo também praticamente Detrans de todo o Brasil com prejuízo estimado em quase 1 bilhão de reais", informou a polícia em nota.

Polícia do Piauí prende suspeitos de falsificar documentos do Detran e aplicar quase R$ 1 bilhão em golpes — Foto: Divulgação/PCPI

Segundo a investigação, a quadrilha conseguiu "criar" pelo menos 37 automóveis no Piauí e centenas pelo país, que existem apenas nos documentos. "Os veículos não existiam de fato, apenas os números de chassi, que era subtraído de outros estados e inseridos nos documentos falsos. Aí entravam os servidores do Detran e empresas terceirizadas", explicou o delegado Odilo.

Com os veículos fictícios, os criminosos teriam realizado empréstimos e consórcios, fazendo diversas vítimas, inclusive bancos e compradores finais.

"O objetivo final era conseguir o DUAL (Documento Único Anual de Licenciamento) e o DUT (Documento Único de Transferência), para fazer simulação de financiamento ou consórcios, onde a rede bancária seria a lesada", explicou.

Esquema tem relação direta com alguns servidores do Detran - Foto: Meio Norte

Ainda segundo o delegado, o esquema gerou prejuízos também para pessoas comuns de outros estados, que compraram os carros que tiveram os números de chassis roubados, e não conseguiam emplacar seus veículos porque eles já haviam sido "emplacados", como carros fictícios.

A investigação começou em fevereiro de 2021 e segundo o delegado Odilo estaria longe de ser concluída. "A gente se ateve a esses 37 veículos, e o prejuízo gerado seria de R$ 12 milhões. Pela forma como a organização se organizou, a gente acredita que o Brasil inteiro está envolvido".

Edição: Frank Cardoso (Portal Boca do Povo)

Fonte: G1-PI

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